Espetáculo discute a jornada de jovens negros em busca de seu tempo
Espetáculo discute a jornada de jovens negros em busca de seu tempo
Em uma sociedade que ainda nega o tempo da existência negra, ‘Akoko Lati Wani – Tempo de Ser’ nos convida a uma jornada de autodescoberta e resistência com a apresentação do espetáculo inédito, fruto de meses de preparação e incentivo a formações artísticas locais.
O espetáculo será nos dias 19 e 20 de novembro, às 20h, no Teatro Margarida Ribeiro e o público poderá assistir ao lançamento, com ingressos a preços populares (R$ 30,00 inteiro e R$ 15,00 meia-entrada ) já disponíveis na plataforma Sympla através do link: https://www.sympla.com.br/evento/akoko-lati-wa-ni-tempo-de-ser/2723326
A peça, escrita e encenada por Onisajé, diretora teatral, preparadora de atores, dramaturga, e doutora em artes cênicas, referência no teatro negro e nas relações étnico-raciais, mergulha na complexa realidade de jovens negros e do Candomblé que lutam para encontrar seu lugar em uma sociedade marcada pelo racismo estrutural.
Através da história de Dofona, Dofonitinho e Famo, o público será transportado para reflexões sobre a importância da ancestralidade, da espiritualidade e da arte como ferramentas de empoderamento e transformação.
“Cada personagem, cada cena, cada música em ‘Akoko Lati Wa Ni’ carrega um pouco de mim. É um trabalho que nasceu do meu coração e que espero tocar o coração de muitos, passando a sua mensagem principal refletindo sobre o nosso passado, presente e futuro”, disse Onisajé.
Sobre o espetáculo
“Akoko Lati Wa Ni – Tempo de Ser” narra uma jornada de Dofona, Dofonitinho e Famo, três yawôs e estudantes de teatro, que buscam orientação espiritual no terreiro de Candomblé. Eles pedem à sua yalorixá que consulte Iroko, o Orixá do tempo, para entender como podem ter tempo para ser, em um contexto de genocídio estrutural que ameaça suas vidas. A peça aborda a luta desses jovens para viver plenamente e envelhecer, enfrentando o racismo que permeia suas vidas.
Os protagonistas se aprofundam em suas identidades negras, guiados pela sabedoria da yalorixá, e enfrentam a professora Clássica, que tenta impor um teatro colonizador. Durante essa trajetória, encontram Iroko e, através de música, teatro, dança e poesia, a história é contada de maneira poderosa e tocante.
“Foi um processo muito diferente do que estávamos acostumados a realizar. Esse espetáculo é sobre desconstruir para construir e eu tenho certeza de que quem assistir vai conseguir enxergar a presença de Iroko’, disse Júnior Dias que irá interpretar o personagem Dofonitinho.
Projeto idealizado pelo Grupo Cia Única de Teatro
O espetáculo é resultado de meses de programações variadas, idealizadas pela Cia Única de Teatro. O projeto como um todo não se resume apenas a uma peça teatral, mas é fruto da colaboração entre artistas e comunidade. Através de meses de trabalho, a Cia Única promoveu diversos laboratórios e oficinas, abrindo espaço para que atores, músicos, comunidade local e regional pudessem contribuir com suas experiências e visões.
O processo colaborativo foi fundamental para construir uma dramaturgia autêntica, que reflete a diversidade, a força da cultura negra e a riqueza cultural do Teatro Preto de Candomblé.
O lançamento de “Akoko Lati Wa Ni – Tempo de Ser” é um convite para o público se conectar com uma história que une tradição e contemporaneidade, abordando temas profundos sobre a existência e a resistência negra com dramaturgia afro mítica a qual pode ser nomeada como Macumdrama.
Serviço:
Espetáculo: Akoko Lati Wa Ni – Tempo de Ser
Datas: 19 e 20 de novembro
Horário: 20h00
Local: Teatro Margarida Ribeiro – R. José Pereira Mascarenhas, 409 – Capuchinhos
Ingressos: R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia entrada
Classificação: 14 anos
Duração: 50 min
Realização: Grupo Cia Única de Teatro
O projeto conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Feira de Santana e a Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal. Além disso, tem parceria com o Ponto de Cultura L’adê Inan e o TPC (Teatro Preto de Candomblé), produção da DA GENTE Produções e assessoria da Casa das Águas Comunicação e Cultura.